Fluxos

Para onde vamos?

Rachel Schatz

10/6/20231 min read

body of water can be seen through the tunnel
body of water can be seen through the tunnel

É incrível como a vida nos leva a lugares novos; como às vezes as circunstâncias modificam todo um planejamento anterior. E como isso é assustador.

Escrevo isto, tanto pelo que observo na minha clínica, quanto pelo que vivo (e estou vivendo) na minha vida pessoal. Ao longo da nossa experiência de vida, somos postos frente à frente com momentos de escolhas emblemáticas, as quais sabemos que vão alterar nosso caminho por um momento significativo, ou às vezes para sempre. Não é fácil encarar estas escolhas; não é fácil fazê-las.

Quando jovens, criamos um ideal do que será nossa vida adulta, muitas vezes baseados nos exemplos familiares que temos: onde e com o que vamos trabalhar; se casaremos ou não; se teremos filhos ou não... E ocorre de estes ideais ficarem instalados de maneira tão intensa no nosso psiquismo, que se algo não sair exatamente como se havia planejado, somos invadidos de uma enorme angústia e uma ansiedade sem fim.

E daí eu questiono: se o fluxo da vida nos levar para um caminho completamente distinto daquele que havíamos planejado, isto é necessariamente negativo? Se nosso ideal, após entrar em contato com outras realidades além daquela que estávamos acostumados quando jovens, mudar de panorama, será que é um problema aceitá-lo? Ou mesmo até se as circunstâncias do mundo exterior impedirem que nossos planos saiam exatamente como havíamos pensado (porque sim, isto pode e vai acontecer!), será que isso significa que iremos nos sentir incompletos e frustrados?

Quero deixar claro que não estou escrevendo aqui que devemos aceitar tudo e parar de lutar pelo que queremos frente às dificuldades que possam aparecer pelo caminho, mas que é importante percebermos que o mundo é um lugar cheio de oportunidades e que muitas vezes fugir do caminho premeditado pode nos levar a lugares ainda mais incríveis e extraordinários do que aquele que havíamos imaginado.

A nossa vida segue um fluxo; por que lutar contra ele?

por Rachel Schatz